Coisas que NINGUÉM está COMENTANDO sobre o filme O POÇO

Olá, querido leitor, tudo bem com você? Sou Robert Kronos, escritor e responsável por “Os Sete Mares da Antiguidade I – O Cavaleiro da Maldição”, que é o meu livro de estreia. 

Caso tenha interesse em adquirir ou mesmo saber mais desta sensacional obra da literatura fantástica nacional (modéstia à parte), basta clicar neste link: www.cavaleirodamaldicao.com.br 

Estou aqui hoje para falar sobre o filme O POÇO, que foi um filme que me impactou MUITO. Aquele tipo de filme que te faz teorizar (como Donnie Darko, Interestellar ou A Origem).

Diferente dos meus colegas que vêm fazendo críticas sobre toda a questão social debatida sobre o filme e também das alegorias potencialmente bíblicas/religiosas, resolvi fazer diferente e falar sobre aspectos que ninguém está comentando sobre o filme O POÇO.


Thriller "O Poço", da Netflix, mistura religião e luta de classes ...

Como escritor, sou um pouco criterioso com relação à verossimilhança, de modo a evitar clichês e tudo o mais. Procuro sempre fazer com que as coisas sejam o mais coesas possíveis.

No caso do filme O POÇO, não há como negar que é puramente ficcional e até mesmo absurdo, mas convenhamos... tem umas coisas que me deixaram matutando... E EU ADORO QUANDO UM FILME FAZ ISSO.


Cuidado, spoilers a seguir. Continue por sua conta e risco.

Diretor explica final CHOCANTE do filme O Poço 1 - Como a Administração faz para remanejar próximo de 666 pessoas todo começo de mês? E quais os critérios utilizados?

É provável que existam outros elevadores do lado da torre para que seja possível remanejar os "666" presentes no poço. Também pesa o fato de possivelmente termos outros "poços" do lado, mas isto aqui já é teorizar demais. A teoria do elevador faz um pouco mais de sentido, embora esbarre numa questão: se eles tem como se locomover entre os andares para remajenar e tirar os cadáveres daqueles que morrem nos andares de baixo (e não são poucos), eles poderiam fazer uma distribuição mais sensata dos alimentos. Talvez um banquete daqueles a cada 50 andares. Isso manteria a dinâmica e ainda possibilitaria que mais pessoas vivessem. No próximo item vou dissecar melhor esta questão.


2 - Goreng deu muita sorte. Considerando que são 333 andares, em seis meses ele muito dificilmente ficaria acima do nível 50 mais de uma vez. E ele ficou 3.

Trimagasi afirma que o nível 48 é um nível bom por ser um dos níveis intermediários. Na cabeça dele, provavelmente existiam apenas 150 andares no poço. A verdade é que a gente descobre que são 333 (até onde sabemos, pois a mente de Goreng é traiçoeira, assim como Dom Quixote é nos livro).


Isso quer dizer que Goreng deu sorte. Ele oscila entre os andares 48, 172, 33, 202 e 06. Ele é colocado 3x acima do nível 50 (que geralmente recebe comida todos os dias).


Estatisticamente falando, cada pessoa tem 0,3% de chance de ficar em cada andar ao longo de um mês, deste modo, ele foi MUITO sortudo no fim das contas.




3 - E a pressão atmosférica?

Sendo 333 andares x 5m (em média cada andar) = são 1665 metros de profundidade.


Imagina alguém respirando com essa pressão atmosférica... Os pulmões possivelmente não suportariam. (coitada da menininha que precisou subir violentamente 1600 metros acima numa velocidade absurda "apenas" para enviar uma mensagem. Se é que aquilo ali não foi tudo fruto da cabeça de Goreng que, por via das dúvidas, enviou apenas a panna cotta).


Há a possibilidade de aquilo ser um prédio BEEEEEEM ALTO, ou mesmo ter sido feito numa montanha, o que anularia a questão da pressão atmosférica. A verdade é que dificilmente os produtores pensaram em coisas do tipo.



4 - Como eles refrigeram apenas um andar se ele é "vazado" em cima e embaixo?

Quando a gente abre a porta de uma sala com ar condicionado, a temperatura rapidamente "escapa" para fora. Como eles conseguiam chegar ao ponto de congelar uma ambiente que não estava hermeticamente fechado? Dúvidas...



5 - A plataforma se move por condução magnética? (tipo aqueles trens japoneses que flutuam)

Posso estar falando bobagem aqui, no caso do nome técnico da tecnologia, mas eu sei que ela existe e possibilita viagens mais rápidas para trens por não exigir atrito físico. A plataforma se move com "nada a sustentando", o que possivelmente só é possível graças a uma tecnologia desse tipo.
6 - Como a administração "sabe" que alguém ficou com algum alimento?

Pode ser algum tipo de sensor. Na realidade, considerando os itens acima, é bem possível que seja uma sociedade BEM desenvolvida tecnologicamente (considerando que existem facas que se amolam sozinhas). Apenas não ficou muito claro como o sistema automaticamente ativa as funções de congelamento ou aquecimento quando alguém fica com algum alimento (mas não fazem nada quando SERES HUMANOS) são assassinados. Corre o risco da administração ser uma inteligência artificial, que não faz julgamentos morais, apenas atende a comandos, daí o nome: centro vertical de autogestão (CVA)



7 - Não seria mais sensato eles fazerem refeições "normais" para um número maior de pessoas do que fazer aquele banquete CARÍSSIMO pra no máximo 120 pessoas?

Escargot, lagosta, maricos, vinho, caviar, tortas gourmet... Delicioso, né? Ainda mais se for servido num restaurante caríssimo, daqueles bem requintados e com um chef de cozinha exigente. Mas precisava? Mesmo? . Alimentos como verduras, frutas, massas e pães seriam mais econômicos e dariam pra alimentar todo mundo... Usando o sistema de elevadores para levar os alimentos, por exemplo. Vai entender o ser humano.




8 - O pessoal da cozinha, assim como Imoguiri, provavelmente não faz ideia dos problemas que acontecem ali embaixo (nem mesmo o chef).

Imagino que para eles, possivelmente a refeição é servida para "gente nobre e rica", por isso tanto esmero. Como recebem os talheres limpos, é provável que nem desconfiem da carnificina que ocorre entre os habitantes do CVA.


Isso explicaria o motivo de ficarem tão frustrados com o cabelo na panna cotta. "Ops, ninguém quis comer pois estava NOJENTO". Eles possivelmente nem faziam ideia do que estava ocorrendo naquelas masmorras.



9 - O pessoal realmente NÃO toma banho por 1 ano inteiro?

Banho mesmo. BANHO. Urgh. Como fica a questão da higiene íntima? Lá tem papel higiênico? Escova de dentes? Absorventes?


Ou as pessoas entram lá só PRA MORRER MESMO? kkkkk Imagina que situação DESESPERADORA. O tédio, as incertezas, a fome e ainda a nojeira. Um dia sem banho já deixa a gente super incomodado (ao menos para as pessoas mais asseadas, imagino). Imagina um ano inteiro?



10 - Sério que o povo não consegue comer um bolo sem fazer aquela lambança toda?

Tem uma cena que mostra a galera DESCENDO A RIPA na comida, como se fossem um bando de macacos selvagens que não tem civilidade. Custava pegar um pedaço e comer decentemente? Eu sei que a situação evoca aquela natureza humana ligada à falsa de bom senso (o chamado espírito de porco). O pouco tempo da plataforma disponível para cada um também colabora para o desespero, mas a galera de cima, que se alimenta bem todos os dias não teriam motivos contundentes para DESTRUIR a comida a troco de nada (teve gente pisando nos bolos, senhor!). Nojento e asqueroso. Tudo o que se podia falar sobre o filme, suas alegorias e críticas já foi dito, mas isso aqui de cima não. o que você achou? Acha que tem mais coisas para serem ditas sobre o filme que não foram exploradas? Comenta aqui que eu quero saber. Valeu e até o próximo blog!


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